sábado, 27 de junho de 2009

Segunda ordem



A energia, o espírito, as trocas,
São impossíveis de descrever.
A linguagem só produz associação com a matéria e sentimento.
E mesmo suas metáforas são insuficientes.

Pra passar pro papel
As percepções mais profundas da alma,
Precisa-se transpô-las a figuras de linguagem
Relacionadas a coisas físicas.

Sem a transmissão direta,
O entendimento só pode ser relembrado,
Sendo previamente necessário
E somente para o reconhecimento.

A aprendizagem espiritual independe do dizer.
Suas tentativas de registro
Apenas auxiliam e fixam confirmações
Ao reconhecermos, nelas, as raízes de suas motivações.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ação e reação



Escrever? Sobre o que?
Os caminhos que a vida toma?
É um bom tema.

Questiono sobre a influência que nossas ações têm
Sobre nossos rumos.

Não sua inegável existência e determinância,
Mas o estado em que tais são cometidas.

Pois nosso estado as determinam,
Sendo a raiz.
As ações são os galhos,
A consequência os frutos,
Maduros ou podres,
E o que causou esse estado,
Causa indireta da ação,
O Solo.

Colhemos o que plantamos?
Ou somos a própria colheita?
Colhida também pelo universo.

E a ação correta?
Se existe, há também de haver um estado correto.
E, se nosso estado é determinado pelo o que acontece,
Fechamos um ciclo.

Mas existe o livre-arbítrio!
Só que desconheço sua total independência de escolha.
Vejo, então, que para ser livre é necessário
A prévia libertação dos estados,
Não sua contenção.
E somente não sendo influenciado pelos acontecimentos
Isso é possível.

A conexão com nosso destino é sempre constante,
Mas para vê-la não há de haver julgamento,
Pois este é ancorado ao que passou.

Se deve estar alheio, porém atento.
Inteiro, porém solto de nossas internalidades.
Despreocupado, porém consciente.
Desprendido do passado, porém aberto ao futuro.
E isso se faz no presente.