segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Elogio

Ela é uma dama.
Moça que não sabe o quê,
Mas ama.
Em tudo feminina,
Não reconhece,
Mas já virou mulher,
Apesar de se entender menina.

Tem um olhar que resplandece,
Um enxergar curioso,
Uma atenção fascinante.
Algo que penetra,
Que me faz infantil,
Que afasta tudo de vil,
Que deixa tudo em mim errante.

Possui uma beleza diferente,
Uma presença além do presente.
O marca com seu sorriso,
Espontâneo, inocente.
Sem saber da impressão que causa,
Da paixão que provoca
Sobre os sensíveis ao que é belo,
Sobre os que se apaixonam quando a beleza os toca.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mudança


O que sobe
Inevitavelmente descerá.
O quente
Um dia esfriará.
O sólido,
Por mais rígido, derreterá.
E o que é vivo
Sempre morrerá.

Tudo muda,
Mas a mudança,
Esta sempre há de existir.
Embalando os pólos,
Movendo no eterno,
Através do efêmero,
A alternância em elos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Turbilhão

Há tanto acontecendo,
Tanto sentimento,
Tanta emoção fluindo,
Que me perco em meu pensamento.

Tentativas de achar significados,
De encontrar coerência...
Confusões de valores
Estagnadas na consciência.

Essa razão que sempre cutuca,
Que paralisa o peito
E o impede de transbordar,
De aceitar o que foi feito.

O sentir é injustamente castrado
Por essa necessidade fútil
De dar sentidos desnecessários,
De racionalizar, inútil.

A sensação de liberdade
Tão mais livre seria
Se não existisse essa vontade
De imaginar o que aconteceria.