quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Mundo quadrado



Olho em volta e vejo blocos
Quadrados, regresso de consciência.
Nas ruas prédios,
Nada mais que blocos.
No máximo um círculo, volante do carro,
E na porta da garagem
Outro bloco.

Quero ver o entrelace das raízes,
Assistir ao movimento dos galhos,
Das folhas e flores
Soltas ao vento,
Que eriçam a alma,
Respondem perguntas,
Incitam respostas.

Quero acordar e ver vida,
A harmonia dos animais.
Ver a verdade por si só,
As espirais,
O Universo.

Agora, por outro lado os blocos, ah, os blocos.
Janela, porta, móvel,
Televisão, microondas, paredes.
Meu chão,
Meu teto,
Meu inverno.

Cansei de ver blocos,
Cansei da cidade.
Travas no cérebro;
Prisão à superficialidade.
Congelamento involuntário do existir.

Um comentário:

Anônimo disse...

claro cara

o ambito de todos
é buscar a plenitude do ser
vagando sem rumo
por este imenso mar de solidão