sábado, 21 de novembro de 2009

O cheiro do ralo



É um passado que condena.
Passado mais que passado,
Virado carniça,
Faz minha pena.

Mil tentativas de descarga,
Entaladas no ralo,
Que de quase todas as razões
Vem do falo,
Construídas em meu crescimento.

Quero um dia poder esquecer,
Ou, melhor, superar,
Todos os podres do viver,
Todas as cicatrizes do chorar.

Remexo em minha caixa de doenças,
Cansadas, purulentas.
Tocando as feridas com agulhas,
Procurando um local que sintas,
Que renasças,
Que esqueças.

Para que do podre nasça o maduro,
Que da dor venha a fortuna,
Que todos os meus erros,
Apreendidos, mastigados,
Façam da vida algo que me una.

2 comentários:

flavs disse...

ai, mas que bad! tá precisando de um abracinho também, toma: []

J disse...

é isso ai parceiro, duelar com os demonios