sábado, 30 de julho de 2011

única saída - única entrada

o desejo da outra metade da laranja
desejo de antemão desvirtuado
visceral-ilusório
sem realizar que nao é a outra metade que chama
mas um pedaço da já existente

resta o entretenimento
da própria
que somente se alimenta
nada revela
cimentando tijolos
no muro que as separa

quero todas
quero todos
(eu?)
supressores de tantos meus e tantas minhas
(meus?)
emaranhados de conexões incoerentes
pesos ocos nas infinitas balanças
que pedem seus preenchimentos
sem explicitar que esse encher pesará e faltará ainda mais
ao expandir e surgir novos vazios

escrever
desabafo
sensação imediata mas como fim falha, de cura
único caminho possível de expressão
pois a alternativa é o silêncio
mudo

quem pode escutar? quem consegue dizer?

silêncio
.

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