domingo, 18 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Sem querendo querer
testemunho participante
interesse desinteressado
presente constante
passado esvaziado
futuro sem tendência
observação em potência
ação em iminência
presença por ausência
preocupação despreocupada
controle incontrolável
preenchimento de nada
esvaziamento inesgotável
virtuoso por desvirtuar
sendo por vir-a-ser
valoroso por não valorar
querendo sem querer
domingo, 4 de setembro de 2011
Liberdade
Vivenciamos uma rede de imagens formadas incessantemente.
Impressões do externo, subtraídas e retidas,
Edificando-se à semelhança por uma orgânica reminiscência,
Construindo-se em bases para infinitas, porém tendentes, potências.
Tendências fazem o sujeito.
Sem sujeito, não há apreensão; as impressões não recebem alimento.
Suas repetições: hábitos e necessidades, não são mais repetidas,
Deixam de influenciar.
Nada, portanto, continua ignorado.
Apagamentos, antes inconscientes, acendem.
Conexões, antes impossíveis, possibilitam-se.
A realidade ilumina sem coberturas, sem intervalos, sem fim.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Rio de Janeiro
Amanhece a cidade
Turbilhões intracranianos ambulantes
Preocupações inesgotáveis
Olhos nada focam
Consciências enxergam em relances
A continuidade não é possível
Interações castradas em segundos
Amor enclausurado da existência
Apegos despercebidos
Afastamentos inevitáveis
O verdadeiro não é visto
Presenças não são sentidas
O tempo passa ignorado
sábado, 27 de agosto de 2011
Tao
A coisa é una.
A partir do um vem o dois.
No espaço criado,
O infinito.
O um é o nada.
Por ser nada,
Gera o todo.
O todo não contém o nada;
Do nada se radica.
É a morada dos acontecimentos,
Não sua origem.
domingo, 21 de agosto de 2011
Paralisia
Que necessidade é esta
De mostrar a todos sua realidade?
Insatisfação com o redor;
Tudo aparece desvirtuado.
O alinhamento com o infinito,
Na volta ao ordinário,
Castra a plenitude anterior,
Mas não cega a vista das potências vividas.
Essa lembrança factual, sem sentimento,
Deixa a inquietude
De sentir que o verdadeiro é inalcançável
Sem o devido isolamento.
Nisso vem a raiva, infiel,
Transposta em grito interno,
Pois se extrovertido,
Não será ouvido,
Movimentando oposto ao seu querer.
Resta se entorpecer,
Já que a esperança se ausenta.
E o esquecer
Não é opção nem que se queira.
sábado, 13 de agosto de 2011
domingo, 31 de julho de 2011
sábado, 30 de julho de 2011
única saída - única entrada
o desejo da outra metade da laranja
desejo de antemão desvirtuado
visceral-ilusório
sem realizar que nao é a outra metade que chama
mas um pedaço da já existente
resta o entretenimento
da própria
que somente se alimenta
nada revela
cimentando tijolos
no muro que as separa
quero todas
quero todos
(eu?)
supressores de tantos meus e tantas minhas
(meus?)
emaranhados de conexões incoerentes
pesos ocos nas infinitas balanças
que pedem seus preenchimentos
sem explicitar que esse encher pesará e faltará ainda mais
ao expandir e surgir novos vazios
escrever
desabafo
sensação imediata mas como fim falha, de cura
único caminho possível de expressão
pois a alternativa é o silêncio
mudo
quem pode escutar? quem consegue dizer?
silêncio
.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
Matéria e memória
O passado é memória.
No atual, ambos se misturam,
Determinando que presente será visto.
Presente que automaticamente vira passado,
Transformando o ser,
O atualizando.
O trânsito é sempre entre o atual e o virtual.
Este, que é, coexiste com aquele, que passa.
O presente só vira ser depois que acontece;
Preenche o mesmo oceano do passado que já existe.
O passado não é guardado;
Somos nós que nos guardamos nele.
O presente não nos aparece puro;
É distorcido, também, por nossas expectativas do futuro iminente.
O afastamento desse ansiar,
O silenciamento da crítica do que já passou,
Intensifica a percepção do atual,
Torna livre as potências.
Aparece, enfim, o contemplar.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Transfiguração castrada
Vejo todos envelhecendo,
As formas de ser se cristalizando,
Os canais com suas luzes cada vez menores,
A tendência à inércia.
Há uma espécie de gaiola pouco permeável
Movida por uma força de contração:
O conformismo.
Que engana a vontade;
Esfria a mudança.
Sei do "incorreto",
Sei das ações desviadas.
Mas a distância entre o saber e o fazer
Só se aproxima quando está curta,
E seu aumento deixa o ser atáxico.
Esse agir incoerente
Defende sua própria coerência,
Seja através de nosso medo
Ou de nosso orgulho.
Medo de mudar;
Orgulho de ser o que não se é.
O que vejo nos mais velhos
É todo esse processo já feito e esquecido
Por ser aos poucos ignorado,
Enclausurando de vez potências de expressão.
.
Já em mim, ainda vejo o processo acontecendo.
domingo, 9 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
Pecados
Nosso nervosismo é tanto;
A ira passa despercebida.
Nosso orgulho tamanho
Ofusca a crítica.
Cobiçamos demais,
E a inveja
Com ela se mistura,
E não sabemos qual é qual.
Já a fome, insaciável,
Tem a função de entreter nossa preguiça,
A qual se alimenta de si mesma.
Agora, a luxúria,
Esta só é problemática
Pois foi sempre reprimida.
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