sábado, 18 de agosto de 2007

Simetria



Dia e noite, planeta em rotação.
Feminino e masculino, translação.
O sol mantém tudo,
Galáxias giram.
Suga o buraco negro, mudo.


O cérebro, também dois,

Intui e deduz,
Mas não suga, expande,
Sem ser negro,

Sendo luz.


O cérebro, obcecadamente,
Deduz mais que intui.
Já que só aceita a intuição
Se também houver dedução,
Pois a fé, curta,
É subjugada pela razão,
Orgulhosa e intolerante;
Convencionada e cristalizada

Pelo passado, constante.


A intuição preenche metade.

A dedução a outra metade.

Se complementam,

Se relacionam,

Mas não se misturam.

Logo não há dedução

Que explique, sozinha,

Alguma intuição.

3 comentários:

Caio disse...

Exatamente aquele lance dos bebês que eu te falei:
"Convencionada e cristalizada
Pelo passado, constante."

Caio disse...

Do caralho a foto!

Flá. Pfeil disse...

É tudo culpa da inteligência. Ela recorta, recorta e ai deduz. É tudo culpa dela. Ela não entende o tempo, só o instante, outro recorte. É tudo culpa da porra da inteligência. Ela subtrai, institui leis ao bel prazer e organiza o mundo, convencionado e cristalizado. E ai fode tudo. Daí fica tudo muito superficialmente conveniente (pra quem pode). A gente não mergulha no tempo e não se afeta. E que merda de espírito é esse que não flui!? É tudo culpa da inteligência.

E viva Bergson!

Também venho sendo muito influenciada por essas aulas de sábado... Tinha escrito um troço depois de uma das aulas e me lembrei depois que li aqui, daí postei. Enfim, legal o blog. Vou ver com mais calma depois... Por enquanto, só uma pausa entre um capítulo e outro da estimada monografia. rs