domingo, 26 de outubro de 2008

Voz



Um dia desses, deitado na cama com ela, olhava o teto.
Os corpos pouco se encostavam, mas era constante.
Conversávamos sobre não sei o quê; a voz era muito presente.
Deixei as memórias de lado, a sentia apenas como som e calor, sem nenhuma lembrança ou dedução associada a isso.
Percebia a voz como todo seu ser e prestava atenção em sua maciez, na tonalidade e intenção, sem importar-me com os significados.
Vi que o mais interno de alguém está em sua voz.
E o externo em sua "casca", sua forma.

Nós somos as nossas vozes.

Um comentário:

A. disse...

esse teu realmente ficou

nós somos as nossas vozes